O turismo é uma das principais atividades econômicas do Rio Grande do
Norte, mas no último ano a atividade amargou números negativos em todos
os níveis: movimento de aeroportos, ocupação no setor hoteleiro e nos
serviços ligados ao setor. De acordo com relatório feito pela Associação
Brasileira da Indústria de Hóteis (Abih) e a Câmara de Turismo do
Sistema Fecomércio, os dados do turismo estão em declínio desde 2011.
Para se ter uma ideia, Natal caiu de primeiro lugar para penúltimo
lugar (ganhando apenas para Recife) no quesito número de passageiros
embarcando e desembarcando no ano passado em todo o Nordeste. Em relação
a região, o movimento em Natal caiu de 25% para 10% negativo,
registrado pelo setor de estatística da Infraero.
Enquanto Fortaleza registrou crescimento de 55% no movimento de
passageiros, Natal caiu 44% no último ano, um dado assustador para os
representantes do turismo. Para o presidente da ABIH, Habib Chalita,
faltam investimentos no setor. “É preciso que o Governo do Estado
invista em divulgação no mercado nacional, trabalhe na manutenção da
imagem para o turismo internacional e promova ações permanentes de
promoção do turismo potiguar”, comenta Habib.
Os números negativos foram apresentados ao vice-governador Robinson
Faria (PSD) pelos representantes do turismo e o relatório causou
preocupação. “O turismo é essencial para o desenvolvimento do Rio Grande
do Norte e não podemos ficar de braços cruzados esperando o tempo
passar. O IBGE e o Ministério do Turismo publicaram recentemente mais
uma pesquisa em que a hotelaria do nosso Estado é destaque. Estamos
entre as mais bem equipadas do Brasil e até agora não vimos qualquer
campanha que exalte esta condição em nível nacional. Ao mesmo tempo o
setor nos apresenta uma pesquisa de satisfação feita pelo Instituto de
Pesquisa da Faculdade Maurício de Nassau: segundo o levantamento 82% dos
turistas entrevistados afirmaram o desejo de voltar ao RN", aponta
Robinson Faria.
Na planilha de dados negativos apresentados ao vice-governador, os
representantes do turismo destacaram ainda a queda de 77% no número de
empregos gerados pela indústria de turismo em 2011. De acordo com os
dados, em 2010, o turismo gerou 3.864 empregos e em 2011, gerou apenas
890 empregos.
Para George Gosson, coordenador da Câmara de Turismo do Sistema
Fecomércio, o Rio Grande do Norte pode recuperar os índices de
crescimento, mas precisa fazer investimentos urgentes. “Temos as
melhores condições de todo o Nordeste em relação a qualidade e
quantidade de leitos na rede hoteleira, temos o potencial natural e a
infraestrutura. Falta agora trabalhar a promoção do setor e as novidades
para o turismo potiguar”, explica George.
A variação negativa da taxa de ocupação na rede hoteleira de Natal –
que hoje conta com 26 mil leitos e existem mais 7 mil sendo construídos
– também foi pauta da audiência. Segundo a ABIH, o Rio Grande do Norte
registrou queda de 7, 50% em janeiro de 2011 em relação ao mesmo período
de 2011. Já no segundo semestre, a queda média foi de 9,16% na rede
hoteleira.
“O nosso foco é o mercado nacional, principalmente os turistas de
São Paulo e de Minas Gerais, que são os que mais visitam Natal. Queremos
investimentos no turismo de lazer, reforçando também o turismo de
negócios com divulgação direta ao consumidor final através de feiras,
promoção e propaganda do nosso Estado”, argumenta Habib Chalita.
O diretor executivo da ABIH, Márcio Guedes, destacou a geração de
empregos no turismo. “Hoje o turismo emprega direta e indiretamente
milhares de potiguares seja como operadores, em hotéis, em restaurantes,
taxistas, bares e até quem trabalha com artesanato sobrevive da
atividade”, frisa Marcus Guedes.
Os dados sobre a visitação a atrações turísticas, como o Cajueiro de
Pirangi também apresentaram dados em declínio. De janeiro a dezembro do
ano passado, de acordo com o relatório anual de visitação do cajueiro,
os números saíram de 52 mil para 25 mil visitantes.
Para Robinson, os números devem ser refletidos pelo Governo do
Estado. "O que o setor clama? Promoção. Simples: promoção em nível
nacional. Os números são preocupantes. E de fato os números não mentem. É
mais do que preciso que o poder público faça a sua parte, porque com
criatividade e muito trabalho o setor privado tem feito a sua."
Além do turismo, os representantes do setor comentaram ainda sobre o
quadro atual da segurança pública e da infraestrutura que necessita de
investimentos e de atenção por parte do Governo do Estado.
FONTE, REDAÇÃO E IMAGENS: Assessoria de Comunicação