O Real Madrid deu um passo importante rumo ao título do Campeonato
Espanhol. E que passo. Neste sábado, os merengues venceram o Barcelona
por 2 a 1, no Camp Nou, e abriram sete pontos de vantagem para os
arquirrivais, a quatro rodadas do fim da competição. Na era Pep
Guardiola, os "Galácticos" ainda não tinham vencido o adversário na
Catalunha
Os gols do triunfo merengue foram marcados por Khedira, após falha de Puyol, e
Cristiano Ronaldo.
Alexis Sánchez balançou a rede para o Barcelona. Lionel Messi não jogou
bem e pouco fez. Com o resultado, o Real chegou aos 88 pontos, deixando
o rival com 81. Na próxima rodada, a equipe de Mourinho recebe o
Sevilla, no Bernabéu. O Barça terá pela frente o Rayo Vallecano, fora de
casa.
Cristiano Ronaldo comemora gol da vitória sobre o Real Madrid (Foto: Agência EFE)
Além de se aproximar do título, que não consegue desde a temporada
2007-2008, o Real Madrid encerrou o incômodo jejum de não vencer o Barça
desde a mesma temporada, quando o time rival era comandado pelo
holandês Frank Rijkaard. Na última vitória, em dezembro de 2007, os
merengues ganharam por 1 a 0, gol do brasileiro Julio Baptista.
"Mal acostumada", a torcida do Barça, por sua vez, viu algo raro: seu
time perder dois jogos seguidos na mesma semana (os culés foram batidos
pelo Chelsea por 1 a 0 na última quarta-feira, pela Liga dos Campeões). A
última vez que teve duas derrotas em sequência foi em maio de 2009,
quando caiu para Mallorca e Osasuna.
Real mantém equipe da Champions, e Barça inicia com Tello e Thiago
Khedira comemora o gol marcado diante do
Barcelona, no Camp Nou (Foto: Reuters)
O técnico José Mourinho optou por escalar no clássico deste sábado o
mesmo time titular que na última terça-feira perdeu por 2 a 1 para o
Bayern de Munique, no jogo de ida pelas semifinais da Liga dos Campeões,
deixando os brasileiros Marcelo e Kaká no banco de reservas. O lateral,
que normalmente começa jogando, cedeu lugar mais uma vez para Fabio
Coentrão, mesmo com as críticas feitas ao português após a partida em
Munique. No meio-campo, Özil e Di María tinham a função de armar as
jogadas para a dupla de ataque formada por Cristiano Ronaldo e Benzema.
No Barça, a maior surpresa foi a escolha do jovem Cristian Tello para
ser o parceiro de ataque de Lionel Messi. O meia-atacante Thiago
Alcântara, filho do ex-jogador Mazinho, também iniciou a partida, assim
como os laterais Daniel Alves e Adriano.
Bobeada de Puyol ajuda Real a sair na frente no Camp Nou
Jogadores do Real comemoram gol marcado por Khedira no Camp Nou (Foto: Reuters)
Com a bola rolando, a primeira chance saiu logo aos três minutos, com
Cristiano Ronaldo subindo mais que a zaga do Barça e obrigando Valdes a
se esticar todo para defender. A partida seguiu equilibrada. Ora o time
catalão no ataque, ora os merengues.
Mas o Real Madrid foi premiado com uma bobeada de Puyol. Após cobrança
de escateio, a bola caiu nos pés do capitão do Barça, que, em vez de
afastar o perigo, tentou dominar a bola dentro da pequena área. Esperto
no lance, Khedira dividiu com o espanhol e abriu o marcador no Camp Nou.
Puyol falha no gol marcado por Khedira, o primeiro
da vitória do Real Madrid (Foto: Agência Reuters)
A partir do gol, o Real passou a esperar o Barça. Os visitantes
recuaram e deixaram a responsabilidade de buscar o resultado para os
donos da casa. E, aos 26 minutos, quase saiu o empate do time catalão.
Messi puxou a marcação e deu um lindo passe para Xavi. O espanhol, que
completou 32 jogos contra os rivais e se tornou o jogador do time
catalão que mais vezes enfrentou a equipe da capital, dominou na frente
de Casillas e finalizou. O goleiro salvou os merengues com um leve toque
de perna direita na bola.
Até o fim do primeiro tempo, o panorama do jogo se manteve. O Barcelona
buscava o empate, e o Real esperava fechadinho em sua defesa, apostando
num contra-ataque para tentar matar a partida. Mas a etapa inicial
ficou mesmo no 1 a 0 para os merengues.
CR7 acorda na etapa final e garante vitória do Real
Guardiola lamenta derrota para o Real Madrid na
partida deste sábado (Foto: Agência Reuters)
O Barcelona voltou para o segundo tempo com o mesmo domínio
territorial. Aos nove minutos, Tello perdeu um gol inacreditável. Thiago
Alcântara fez um lançamento lindo para a revelação do Barça, que ficou
na cara de Casillas. O atacante bateu de primeira e isolou a bola,
desperdiçando uma ótima oportunidade de deixar tudo igual no Camp Nou.
O ataque contra a defesa seguiu da mesma maneira. Era o Barça
pressionando, e o Real se defendendo. E, para piorar, os merengues não
conseguiam aproveitar os contra-ataques. Cristiano Ronaldo era figura
nula em campo. Pouco produzia a favor dos merengues. Não chamava a
responsabilidade da partida.
Após tanto pressionar, o Barça foi premiado por seu esforço. Logo após
entrar na vaga de Xavi, Alexis Sánchez aproveitou bate-rebate na área e
igualou o marcador. Casillas salvou o primeiro chute do chileno, que,
caído, conseguiu pegar o rebote e empatar a partida, aos 25 do segundo
tempo. Foram os primeiros toques na bola do jogador do time catalão.
Mas, dois minutos depois, CR7 acordou em campo e decidiu a partida.
Özil fez ótimo lançamento para Cristiano Ronaldo, que ganhou na
velocidade de Mascherano, invadiu a área e tocou por cima de Valdes,
colocando novamente o Real em vantagem. Após balançar a rede do Barça, o
português provocou os rivais na comemoração. Apontou para o próprio
peito, fez cara de ironia e gestos para que a torcida se acalmasse. Esse
foi o 42º gol dele na temporada, ficando um à frente de Messi. Foi
também o 109º tento dos merengues na temporada - quebrando o recorde da
equipe de 1989-1990.
Cristiano Ronaldo estava apagado até marcar o gol da vitória sobre o Barça (Foto: Agência Reuters)
A 15 minutos do fim do jogo, os ânimos ficaram exaltados, como de
costume ultimamente no clássico. Daniel Alves dividiu a bola com
Cristiano Ronaldo, que ficou caído no chão. Os jogadores das duas
equipes iniciaram um princípio de discussão, que logo foi contido pelo
árbitro.
Após o gol de CR7, o Barça não conseguiu mais reagir. Até manteve a
posse de bola, mas nada que assustasse os merengues. No fim, o Real saiu
de campo com o triunfo após quase quatro temporadas e muito próximo de
mais um título do Espanhol. De quebra, chegou aos 19 jogos sem derrotas
no Campeonato Espanhol, uma sequência que não conseguia desde a
temporada 1996/1997.
Mourinho e Guardiola orientam times: ambos têm
duelos complicados na Champions (Reuters)
Liga dos Campeões
Na próxima quarta-feira, o Real recebe o Bayern de Munique, no
Bernabéu, pelo jogo de volta das semifinais da Liga dos Campeões,
precisando tirar a vantagem conquistada pelo adversário na Alemanha (2 a
1). Consegue a classificação se ganhar por 1 a 0. Se sofrer gol,
precisa vencer por dois de diferença.
O Barça, que não perdia no Camp Nou desde 11 de setembro de 2010 (2 a 0
para o Hércules), decide seu destino na Liga dos Campeões na véspera.
Terça-feira, o time de Messi encara o Chelsea tendo que vencer por dois
gols de diferença para ir à decisão (os culés foram batidos em Londres
por 1 a 0).
FONTE: http://globoesporte.globo.com