O Flamengo entrou no gramado do estádio George Capwell, em Guayaquil,
com a mesma formação que iniciou o jogo contra o Bangu, no último
domingo, e mostrou bom desempenho ofensivo. Depois de ir para o
intervalo com a vitória parcial sobre o Emelec-EQU por 2 a 1, uma
mudança tática do técnico Joel Santana aos 23 minutos do segundo tempo
teve resultado desastroso. Gustavo entrou no lugar de Deivid, o Fla se
encolheu, e os equatorianos, que jamais haviam vencido um time
brasileiro em jogos da Libertadores, viraram o jogo para 3 a 2. O gol da
vitória, de pênalti, saiu aos 45. Léo Moura e Deivid marcaram para o
Fla.
Em nenhum treino durante a semana, Joel testou a formação com três
zagueiros. Ao levar três gols de um time que só marcara uma vez em
quatro jogos, o Rubro-Negro fica a um passo da eliminação na Taça
Libertadores ainda na fase de grupos.
Para se classificar no Grupo 2, o Flamengo, agora lanterna, depende de
um milagre na última rodada. Além de vencer o já classificado Lanús,
quinta-feira, às 19h30 (de Brasília), no Engenhão, precisa torcer por um
empate entre Olimpia-PAR e Emelec, que jogam no mesmo horário em
Assunção.
Antes de voltar a jogar pela Taça Libertadores, o Flamengo entra em
campo neste sábado, às 18h30 (de Brasília), para enfrentar o Vasco na
penúltima rodada da Taça Rio, no Engenhão. O time lidera o Grupo A, com
15 pontos.
O jogo
Ronaldinho Gaúcho tenta o domínio, marcado
por P. Quiñonez, do Emelec (Foto: Reuters)
Assim como em qualquer jogo em que as duas equipes disputam a
sobrevida, o nervosismo e a ansiedade de ambas eram nítidos. Apesar do
campo desnivelado, os erros de passes aconteciam muito mais pela falta
de capricho. Num deles, o Flamengo quase sofreu um gol logo aos dois
minutos, quando Muralha bobeou, Giménez chutou cruzado, e De Jesús
mandou para fora.
Depois do susto, o Fla começou a se acertar em campo, procurando tocar a
bola com mais calma e se organizando melhor nos contra-ataques. Depois
de uma cobrança de escanteio do Emelec, a bola passou por Junior Cesar,
Bottinelli, Vagner Love e Deivid, que deu um ótimo passe para Léo Moura
chutar e contar com o desvio de Bagüi para fazer 1 a 0, aos sete
minutos.
O controle do jogo passou a ficar nos pés do Flamengo, que teve em
Bottinelli um comandante de qualidade no meio-campo. No entanto, o
Emelec começou a usar as bolas cruzadas na área, percebendo a
dificuldade do adversário nesse tipo de jogada. Aos 15, Figueroa quase
marcou, ao cabecear livre, nas costas de Welinton, nas mãos de Felipe.
A pressão aumentou. Aos 18, o goleiro do Flamengo deu rebote em um
cruzamento de Bagüi e precisou sair para dividir a bola com Giménez e
evitar o empate. Em mais uma bola jogada na área, De Jesús cabeceou em
cima de Welinton, aos 24. No entanto, aos 33, não teve jeito. Figueroa
subiu mais que Welinton e tocou no canto esquerdo de Felipe para empatar
o jogo.
Quando parecia que o Emelec passaria a pressionar pela virada, o
Flamengo voltou a se organizar em campo. Num ensaio, Ronaldinho Gaúcho
deu ótimo cruzamento para Deivid cabecear rente à trave, aos 38. No ato
principal, o camisa 10 tocou para Junior Cesar cruzar, e Deivid, desta
vez, colocar a bola no fundo da rede, aos 42, deixando o time brasileiro
em vantagem no fim do primeiro tempo.
Mudança infeliz e virada
O Emelec voltou do vestiário determinado a empatar o jogo e se manter
vivo na competição. O Flamengo até conseguiu controlar o ímpeto do
adversário e evitar uma pressão insustentável. Aos oito minutos, ainda
teve uma boa chance, num passe por cobertura de Junior Cesar para
Ronaldinho, que tentou achar Love na pequena área, mas errou.
Depois dessa jogada, o Emelec começou a criar melhores oportunidades de
gol. Aos 11, em nova cobrança de escanteio, Figueroa mais uma vez
ganhou de Welinton de cabeça e acertou o travessão. O time equatoriano
fez duas mudanças: Mina e Mena nos lugares de Jose Luis Quiñónez e
Valencia, respectivamente.
Cada time usou as armas que tinha em mãos. O Emelec fez sua última
substituição aos 19 minutos, com Mondaini no lugar de De Jesús. A
resposta do técnico Joel Santana foi a entrada do zagueiro Gustavo no
lugar do atacante Deivid, para tentar reforçar a marcação no jogo aéreo.
O que se viu, entretanto, foi uma pressão que até então não havia
acontecido. Todo encolhido, o Fla não conseguia trocar três passes
quando tinha a bola. O Emelec insistia com perigo nas jogadas pelo alto e
não saía do campo defensivo do Fla. Para se ter uma ideia do domínio, o
time brasileiro, que teve 54% da posse de bola na etapa inicial, acabou
a partida com 49%. Num raro lance de contra-ataque, Vagner Love não
chegou a tempo de alcançar o passe de Muralha, aos 29. Não seria exagero
dizer, inclusive, que o Artilheiro do Amor teve uma de suas piores
atuações desde que voltou ao Fla.
Joel ainda tentou dar novo gás ao meio-campo, colocando Magal e Luiz
Antonio nos lugares de Bottinelli e Muralha. Mas o estrago definitivo
ainda estava por vir. Em mais uma das 30 bolas alçadas pelo Emelec na
área, Figueroa cabeceou sem chances para Felipe, aos 37. O detalhe é
que, com três zagueiros em campo, quem marcava o atacante mais perigoso
do rival era o baixinho Junior Cesar. Ronaldinho ainda teve a chance de
desempatar em seguida, mas a cobrança de falta ficou na barreira. Para
piorar, Willians cometeu pênalti infantil em Mena, e Gaibor converteu,
aos 45, para levar ao êxtase a inflamada torcida azul.
FONTE E REDAÇÃO: http://globoesporte.globo.com
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