A Caixa Economica Federal anunciou nesta
segunda-feira um programa de corte nas taxas de juros de cheque
especial, cartão de crédito e consignado. O objetivo é aumentar a base
de clientes e ter a terceira maior carteira de crédito do país até o
final do ano e 14% de market share.
Os cortes abrangem produtos voltados para pessoas físicas, micro,
pequenas e médias empresas. "A tendência é de juros mais baixos no
futuro, então estamos nos reposicionando para enfrentar esse futuro",
afirma Jorge Hereda, o presidente da Caixa, que negou haver motivos
políticos ou populistas por trás das medidas anunciadas. "Não é uma
atitude impensada ou populista. Não vamos operar uma carteira com
prejuízo. Estamos trabalhando dentro da margem líquida, reprecificamos
os produtos e estamos passando parte dessa margem para os nossos
clientes", ressalta.
Os maiores cortes foram registrados nos juros do cheque especial e do
cartão de crédito. No primeiro caso, a taxa para os clientes com conta
salário cairá de 8,25% ao mês para 3,50% ao mês. Já os demais clientes
pagarão juros máximos de 4,27% ao mês, o que significa uma queda de 59%.
Em alguns casos, a taxa pode alcançar 1,35% ao mês. Os cortes são
retroativos a 2 de abril. As condições se aplicam para antigos e novos
clientes, de acordo com a Caixa.
A instituição informou ainda que todas as faixas de cartões de
crédito terão juros de apenas um dígito ao mês a partir de abril. No
caso do Cartão Azul Caixa - produto novo voltado a clientes que recebem
salário no banco -, a taxa mínima caiu 87,7%, passando de 12,86% para
2,85% ao mês. Já os três cartões de crédito mais utilizados por clientes
da instituição - Nacional, Internacional e Gold - tiveram queda de
cerca de 40%, com taxas que variam de 7,70% a 9,47%, frente à média de
13,78% praticada pelo mercado.
"As medidas não são só para os vips. Todo mundo vai ter acesso a
esses benefícios. Vamos ajudar a população com nível alto de
endividamento a alongar suas dívidas e fazê-las caber no orçamento", diz
Hereda.
Os cortes abrangem ainda os juros no Crédito Direto Caixa, cujas
taxas variam de 2,47% a 3,88%, e o consignado, com taxa mínima de 0,84%
para os pensionistas do INSS, com prazo de um a seis meses. Outro dois
produtos para pessoa física incluídos no pacote são antecipação do
Imposto de Renda e Financiamento de Veículo. No caso de cheque especial e
cartão de crédito, a adesão dos clientes às novas taxas de juros será
automática. Nos demais, será preciso renegociar os contratos com a taxa
nova.
Apesar dos anúncios, a grande vedete da Caixa, o crédito imobiliário,
responsável por 60% da carteira de crédito da insituição, não entra no
pacote. "Já trabalhamos com margens muito pequenas no crédito
imobiliário. Temos estudos para taxas menores no programa 'Minha Casa,
Minha Vida' nas faixas 2 e 3", explica Hereda.
Carteira de crédito
Com as medidas, a Caixa pretende ter a terceira maior carteira de
crédito do país, com participação de mercado de 14%, contra as atuais
12,6%. "Nossa carteira de crédito deve crescer mais de 30% este ano",
afirma o presidente da instituição, ressaltando que o volume de
concessões deve alcançar R$ 300 bilhões, sendo R$ 71 bilhões referentes a
produtos do programa anunciado hoje.
O anúncio de redução de juros da Caixa, que já era esperado, acontece uma semana após o Banco do Brasil tomar medidas de redução de juros semelhantes.
FONTE: http://economia.ig.com.br
0 comentários:
Postar um comentário